Queria sumir por uns dias
Sumir por uns meses
Por uns anos
Décadas.
Por tudo
Por nada
Por não ter tido
Por tanto querer
Por nada querer
Nada ter.
Não sei bem como começou essa onda que me joga para todos os cantos, menos o meu.
Não sei quando invadiram o meu cantinho. O meu lar.
Às vezes, eu insisto em suspirar, bocejar, desejar aquilo que é tão pouco compreendido.
Queria só ficar ali. Só. Ah. Nada mais.
Vivo vivendo vidas que não me cabem. Subjetivando o que não quero. Ansiando pelo que não vem.
São tantas angústias desgastadas. Tantas lágrimas não expostas. Tantas coisas que calei por apenas calar.
Lá fora, agora, os fogos anunciam o que não sou. O que nunca quis. O que nunca fui.
O meu som nunca bate com o do mundo,
e o meu chá de sumiço nunca vem.